O
forró é uma expressão artística genuinamente nordestina. Por ser uma forma de
manifestação cultural ampla, o termo forró tem
diversos significados e pode servir tanto para designar o ritmo musical, o
estilo de dança e mesmo a festividade em que acontece.
Esse
estilo musical é popularmente associado a outros gêneros: o xote, o xaxado e o baião. Neles, a base
instrumental utilizada é a sanfona, o triângulo e a zabumba.
Como
surgiu o forró?
Sua
origem tem relação com bailes populares que eram realizados no final do século
XIX e eram chamados de "forrobodó", "forrobodança" ou
"forrobodão".
Naquele
tempo era preciso molhar o piso do local onde essas festas aconteciam, pois
eles eram feitos de "chão batido", ou seja, não havia revestimento,
somente terra.
As
pessoas costumavam dançar arrastando os pés a fim de evitar que a poeira
levantasse, daí o termo rastapé
ou arrasta-pé.
É chamados também de forró
tradicional ou forró
pé-de-serra e seus maiores representantes são Luiz Gonzada, Jackson
do Pandeiro, Dominguinhos e Sivuca.
A partir dos anos 80, o forró sofreu algumas
modificações. Nessa época, foram introduzidas também a bateria, a guitarra e o
baixo elétrico.
Já na década de 1990, outros elementos foram
incorporados por algumas bandas, como o teclado e o sax, e a zabumba foi retirada.
Esse subgênero passou a ser chamado de forró eletrônico ou estilizado
e sofreu críticas por estar transformando o forró tradicional em um produto
superficial da indústria cultural.
Nos anos 2000, esse tipo de música ganhou nova repaginada
e surgiu na forma do forró universitário, que acrescentava ao estilo
original algumas mudanças instrumentais.
O forró é dançado em pares em posição de abraço
fechado, com os parceiros de frente um para o outro, usando contato corporal
total ou parcial.
Dependendo do estilo de música tocada - baião,
xote, xaxado, forró universitário ou eletrônico - a maneira de dançar também é
alterada.
Os Instrumentos
Os três instrumentos que caracterizam o forró são uma variação de instrumentos europeus e africanos.
O triângulo já
era utilizado em orquestras europeias desde o século 17, vindo para o Brasil no
período colonial por meio das Folias do Divino de origem portuguesa, onde era considerado um objeto
sagrado por representar a Santíssima Trindade. Tanto a festa como o instrumento
foram incorporados à cultura brasileira, principalmente nordestina, dando
origem às festas do Divino Espírito Santo e a diversos ritmos musicais.
A zabumba, instrumento de percussão
que confere o grave às músicas de forró, tem origem Bantu e era muito utilizada
por povos da região do Benim, na Nigéria, com o objetivo de se comunicar à
distância, sendo introduzida no território brasileiro desde o período colonial.
O estado do Pernambuco é consagrado como a terra dos grandes mestres da
Zabumba, que conservaram as técnicas de produção e uso do instrumento,
inicialmente confeccionado com o couro de bois ou cabras.
Já o acordeão tem origens muito
antigas: seu uso é citado na história da China (instrumento chamado Cheng, de
2700 a.C.) e da Rússia (utilizado em canções melancólicas da Rússia medieval).
Trazido ao sul do Brasil por imigrantes portugueses, espanhóis, alemães e
italianos, o instrumento se popularizou no início do século 20 e, chegando no
Nordeste, passou a ser conhecido como sanfona e compor diversas manifestações
culturais. Seu maior expoente é o músico Luis Gonzaga, que popularizou o uso do
acordeon nas músicas nordestinas.
Referências: