Fonte: IFBB - Brasil (International Federation of Bodybuilders)
O
que é?
O
conceito de Doping estabelecido pelo Comitê Olímpico Internacional (C.O.I.) é
válido para todas modalidades esportivas
e consiste na detecção de substâncias proibidas e/ou restritas através
da analise de urina do atleta após uma competição e/ou durante o seu
treinamento. (De Rose & Seder, 1996).
As
formas de controle, a listagem das substancias e métodos proibidos são
reguladas pelo Código Médicos do C.O.I. que no seu artigo VI determina que esta
listagem pode ser atualizada periodicamente pela Comissão Médica e no artigo II
determina que estão sujeitos a aplicação não só atletas, como treinadores,
preparadores físicos, dirigentes médicos e paramédicos que trabalhem na
preparação ou tratamento de atletas para competições. (C.O.I. Medical Code,
1995)
ASPECTOS HISTÓRICOS
A palavra doping apareceu em dicionários
ingleses em 1889 para identificar substancias que melhoravam a performance de
cavalos de corrida, o doping como tentativa de melhora do rendimento “a
qualquer custo” sempre esteve presente nas performances dos homens e muito
particularmente no esporte. (Pini, 1978; de Rose, 1994. Pimentel et all, 1997).
Desde as Olimpíadas da antiguidade, os atletas ingeriam infusão de ervas e
cogumelos com objetivo de alcançar um desempenho superior.
Durante
a Segunda Guerra o uso de estimulantes e demais drogas psico-ativas foi largamente difundido
especialmente entre os pilotos de ambos os lados que necessitavam coar muitas
horas consecutivas e sob condições de perigo eminente. Aproximadamente nesta
época (pós guerra) pela primeira vez os cientistas conseguiram sintetizar no
laboratório os esteroides anabólicos. Bastante
utilizados na recuperação de amputados de guerra, já que estas substancias em
dosagens adequadas e sob condições de treinamento intenso, contribuem para o
incremento das massas musculares e consequentemente da força, resistência e
performance em quase todas as modalidades esportivas e na vida de relação
diária.
A
preocupação em controlar o uso destas substancias evidenciou-se em 1960 após a
morte do ciclista Kurt Jansen durante uma prova
de estrada nos Jogos Olímpicos de Roma. (Weineck, 1982; De Rose, 1994; Folha de
SP, 1996; Pimentel et all, 1997). Na autópsia do ciclista foram encontrados
vestígios de anfetaminas e estimulantes, substancias comumente utilizadas por
atletas desta modalidade nesta época (Pini, 1978; Chevalier, 1992).
PROCEDIMENTOS DE
CONTROLE
Na
prática os controles feitos com o padrão do COI tem sempre as mesmas etapas
descritas abaixo:
1- Seleção dos desportistas: que é determinado de acordo com as
regras estabelecidas pela Federação Internacional responsável pela modalidade.
O número de controles efetuados em competições e fora de competições.
2-
Notificação de controle ao
desportista: através de formulário especifico que varia de
federação para federação, ou no caso de jogos olímpicos ou continentais (Pan-americanos,
Asiáticos, Europeus...) através de formulários que são elaborados especificamente
para o evento.
3-
Apresentação do desportista na sala
de controle:
após a notificação o atleta selecionado deve se apresentar à estação de
controle dentro de 1 hora, a contada a partir da notificação, e que via de
regra é registrada na notificação que o atleta recebe. Nos casos em que o
atleta deva cumprir o cerimonial de entrega de medalhas, poderá ser estendido
esse prazo desde que o atleta ou seu representante legal comunique o fato ao
chefe da estação.
4-
Condições da sala de controle: uma estação de controle normalmente
é constituída de três espaços separados (sala de espera, sala de controle e
banheiro). A sala de espera deve ser ampla o suficiente para abrigar
confortavelmente todas as pessoas que a ela tenham acesso a sala de controle,
inclusive sala de espera, o atleta, seu acompanhante, tradutor (se necessário),
o representante da federação internacional e um representante do COI no caso
dos Jogos Olímpicos.
5-
Coleta das amostras: é todo procedimento efetuado na
estação de controle, consta a coleta de amostra de urina do atleta e
preenchimento do formulário, bem como analise bioquímica de amostra (PH e
densidade). A densidade deve ser superior a 1.005 e o PH deve encontrar-se
entre 5.0 e 7,5. Caso contrario o atleta deve providenciar nova amostra em
seguida.
6-
Envio, transporte e recepção das
amostras no laboratório:
em eventos como Jogos Olímpicos, Continentais e Campeonatos Mundiais,
normalmente são constituídas equipes especialmente para executar essa tarefa.
Nos controles fora de competição, muitas vezes o oficial responsável pelo
controle é também encarregado pelo envio das amostras para o laboratório.
7-
Análise das amostras: as amostras devem ser analisadas
somente por laboratórios credenciados pelo COI. Os procedimentos são diversos e
dependem das substancias que estão sendo detectadas e dos equipamentos que o
laboratório dispõe. Pode-se registrar os seguintes passo para a análise de
laboratório.
- a preparação da amostra
- análise de Screening
- Confirmação
8-
Comunicação de resultados: os resultados positivos dos testes “fora
de competição” são comunicados pela Federação competente ao atleta de forma a permitir
sua ampla possibilidade de defesa. Somente após a confirmação do Positivo pela
Federação internacional é que o caso pode ser divulgado pela imprensa.
9-
Contra análise: a amostra é distribuída em dois
recipientes que se constituem as amostras “A” e amostra “B”. Amostra “A” deve
conter pelo menos 50 ml de urina e a amostra “B” pelo menos 25ml. Nos casos de
positivo a amostra “B” deve poder demonstrar claramente as substâncias que
foram encontradas na “A” e que constituem a contravenção.
10- Sanções: são determinadas pelas Federações Internacionais
e pelo COI de acordo com a modalidade, tipo de substância encontrada, e outros
fatores que incluem a reincidência na infração.
Conclusão
A
busca de incremento na performance pode incluir todos os recursos técnicos
disponíveis ao alcance dos atletas, técnicos, médicos e dirigentes. O termo ergogenia tem sido utilizado na tentativa de
identificar esta soma de esforços com o objetivo de melhoria no rendimento
esportivo. Planejamento adequado, treinamento intensivo baseado em metodologia
cientificamente comprovada, equipes técnicas multidisciplinares e o uso de suplementos alimentares e avaliações sistemáticas do
rendimento; são os meios através dos quais os atletas podem atingir o seu melhor
rendimento.
O
uso de substancias proibidas pelos órgãos competentes pode ser muito prejudicial
à saúde dos atletas que mancham o bom nome do esporte ao qual esse atleta está
vinculado. Existem alternativas para a melhora da performance que devem ser
selecionadas pelos atletas ou por sua equipe de apoio, dependendo da modalidade
e dos objetivos do atleta.
Com
isso, Atletas, Técnicos, Dirigente esportivos e Médicos de equipe são as
pessoas com a responsabilidade e os meios de evitar o doping no esporte;
O
modelo atual de esporte contribui para a busca incessante de resultados,
desconsiderando os conceitos éticos e de saúde.
Alguns
esportes já efetuam um trabalho preventivo e fornecem aos atletas informações
importantes para evitar o doping, enquanto outros ainda estão atrasados quanto
a este aspecto importante do alto rendimento.
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