Fonte: São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
O
rúgbi tem sua origem diretamente associada ao processo de escolarização na
Inglaterra, em meados do século XIX, quando as regras do futebol foram
formalmente introduzidas em sete escolas públicas daquele país. Seis dessas
escolas estavam praticando o mesmo tipo de esporte, mas na Rugby School (fundada
em 1567) parecia haver uma versão completamente diferente.
As
seis escolas associaram-se e prosseguiram na formalização do esporte,
chamando-o de Football Association (que
é a modalidade esportiva mais popular no Brasil, o futebol, atualmente
regulamentada pela Fédération Internationale de
Football Association, a Fifa), enquanto a modalidade
praticada na Rugby School desenvolveu-se de modo diferente. Há controvérsia e incerteza sobre os motivos dessa diferenciação,
mas ela é comumente atribuída à insistência dos alunos em correr com a bola nas
mãos, o que era válido nas regras anteriores.
Sabe-se
que, na década de 1830, esse tipo de jogada era comum entre os alunos daquela
escola. Algumas regras estabelecidas naquele período permaneceram, como as
pontuações por chutar a bola entre duas traves (verticais) e acima de um
travessão (horizontal), permitindo tentativas de gol de longa distância, e o
direito ao “prêmio” de uma tentativa extra de chutar, caso o jogador consiga
invadir a defesa adversária com a bola em mãos. Era comum entre os defensores a
permanência em grupo próximo às traves como tática. Por isso, a formação inicial
do ataque e da defesa em cada jogada e a regra do impedimento foram tópicos
definidos na época. O impedimento ocorria quando um jogador ultrapassava a
linha demarcatória do local de início da jogada, antes da autorização.
Essa
“linha” separava as duas equipes e, assim como ocorre no momento do passe/ lançamento
no futebol, ela é também imaginária no rúgbi, dependendo de cada situação de
jogo. Não era permitido passar a bola com as mãos para um jogador posicionado à
frente.
Nesse
caso o chute se faz necessário para realizar o passe. Entretanto, as regras
foram registradas apenas em 1863, quando os alunos da Rugby School começaram
a disputar competições com outras escolas e clubes. Com o aumento da
competitividade, ocorreram algumas mudanças, sobretudo para minimizar as lesões
e acidentes mais graves e, por volta de 1893, as regras do rúgbi tornaram-se
praticamente as mesmas utilizadas até hoje e o esporte profissionalizou-se.
O
futebol americano, derivado do rúgbi e do futebol, também teve sua origem
vinculada ao processo de escolarização nos Estados Unidos no decurso do século
XIX, mas a partir das faculdades e fraternidades de estudantes universitários.
Um jogo que parece ter influenciado a modalidade foi o ballown, disputado por grupos de alunos na
Universidade de Princeton, em que os jogadores deveriam transpor a defesa adversária,
conduzindo a bola com os punhos e os pés. Não havia regras registradas quanto à
agressividade no contato entre os jogadores ou à velocidade no jogo. Em Harvard,
um jogo semelhante era disputado entre calouros e veteranos, marcando a
confraternização dos estudantes no início do ano letivo. O jogo era disputado
em uma segunda-feira chamada “sangrenta” por causa das condições da disputa.
Jogos
semelhantes tornaram-se populares na região de Boston e as universidades passaram
a organizar disputas entre suas equipes, até que em 1867 as primeiras regras
foram formalizadas por iniciativa de Princeton. O esporte mantinha
características comuns ao rúgbi e ao futebol, mas várias modificações foram
feitas, principalmente a regulamentação do passe direcionado à frente com as
mãos, e em 1906 foram estabelecidas as regras conhecidas atualmente. As
mudanças ocorreram principalmente pela pressão das fraternidades e dos
patrocinadores das universidades, cujos filhos praticavam a modalidade, para
reduzir a incidência de lesões graves.
Logo
depois, o futebol americano tornou-se profissional.
Rúgbi
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Futebol Americano
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Origem
nas escolas públicas do sistema de Educação Básica da Inglaterra.
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Origem
nas faculdades do sistema privado de Ensino Superior dos Estados Unidos.
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Duas
equipes com 15 ou 7 jogadores em campo que não podem fazer passes com as mãos
para a frente. Nesse caso os passes podem ser feitos com os pés. Geralmente cada
equipe tem jogadores polivalentes: os mesmos jogadores atacam e defendem, podendo
haver cinco substituições no caso do jogo de 15 e três no jogo de 7.
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Duas
equipes com 11 jogadores em campo cada uma que só podem fazer passes com as
mãos para a frente antes de ultrapassar a “linha” inicial de cada jogada.
Geralmente cada equipe tem dois times: os jogadores que atacam não são os
mesmos que defendem. Obs.: quando uma equipe joga com os mesmos jogadores no
ataque e na defesa diz-se que ela tem o estilo iron men (“homens de ferro”).
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A
equipe não é obrigada a avançar durante todo o tempo, mas cada tentativa de
fazer gol recebe uma pontuação diferenciada (cada try vale cinco pontos), valendo mais caso
seja convertida (cada conversion vale
dois pontos).
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Cada
equipe tem quatro tentativas para avançar determinada distância (10 jardas,
equivalente a 9,14 metros) e manter a posse da bola; caso não avance, a bola
passa para a equipe adversária.
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Se
o jogador conseguir invadir o espaço do gol adversário portando a bola nas
mãos e tocá-lo no solo (touchdown)
com a bola em mãos ganha uma “tentativa de gol” (try); caso ocorra uma infração às
regras, há o chute de pênalti (vale três pontos).
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Se
o jogador conseguir invadir o espaço do gol e tocar o solo (touchdown) com a bola em mãos, marca gol
(seis pontos), tendo direito a um chute extra ao gol (um ponto).
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O
jogador pode chutar a bola para o gol fazendo transpor o travessão entre as
traves durante as partidas (droap goal),
marcando três pontos ou, ainda, optar pelo chute, no caso de cobrança de
penalidade (três pontos).
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O
jogador pode chutar a bola para o gol (field
goal), fazendo-a transpor o travessão
entre as traves (vale três pontos).
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