segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

DOPING





Fonte: IFBB - Brasil (International Federation of Bodybuilders)


O que é?

O conceito de Doping estabelecido pelo Comitê Olímpico Internacional (C.O.I.) é válido para todas modalidades esportivas  e consiste na detecção de substâncias proibidas e/ou restritas através da analise de urina do atleta após uma competição e/ou durante o seu treinamento. (De Rose & Seder, 1996).
As formas de controle, a listagem das substancias e métodos proibidos são reguladas pelo Código Médicos do C.O.I. que no seu artigo VI determina que esta listagem pode ser atualizada periodicamente pela Comissão Médica e no artigo II determina que estão sujeitos a aplicação não só atletas, como treinadores, preparadores físicos, dirigentes médicos e paramédicos que trabalhem na preparação ou tratamento de atletas para competições. (C.O.I. Medical Code, 1995)




ASPECTOS HISTÓRICOS


 A palavra doping apareceu em dicionários ingleses em 1889 para identificar substancias que melhoravam a performance de cavalos de corrida, o doping como tentativa de melhora do rendimento “a qualquer custo” sempre esteve presente nas performances dos homens e muito particularmente no esporte. (Pini, 1978; de Rose, 1994. Pimentel et all, 1997). Desde as Olimpíadas da antiguidade, os atletas ingeriam infusão de ervas e cogumelos com objetivo de alcançar um desempenho superior.
Durante a Segunda Guerra o uso de estimulantes e demais drogas psico-ativas foi largamente difundido especialmente entre os pilotos de ambos os lados que necessitavam coar muitas horas consecutivas e sob condições de perigo eminente. Aproximadamente nesta época (pós guerra) pela primeira vez os cientistas conseguiram sintetizar no laboratório os esteroides anabólicos. Bastante utilizados na recuperação de amputados de guerra, já que estas substancias em dosagens adequadas e sob condições de treinamento intenso, contribuem para o incremento das massas musculares e consequentemente da força, resistência e performance em quase todas as modalidades esportivas e na vida de relação diária.
A preocupação em controlar o uso destas substancias evidenciou-se em 1960 após a morte do ciclista Kurt Jansen durante uma prova de estrada nos Jogos Olímpicos de Roma. (Weineck, 1982; De Rose, 1994; Folha de SP, 1996; Pimentel et all, 1997). Na autópsia do ciclista foram encontrados vestígios de anfetaminas e estimulantes, substancias comumente utilizadas por atletas desta modalidade nesta época (Pini, 1978; Chevalier, 1992).





PROCEDIMENTOS DE CONTROLE




Na prática os controles feitos com o padrão do COI tem sempre as mesmas etapas descritas abaixo:
  1-    Seleção dos desportistas: que é determinado de acordo com as regras estabelecidas pela Federação Internacional responsável pela modalidade. O número de controles efetuados em competições e fora de competições.

2-      Notificação de controle ao desportista:  através de formulário especifico que varia de federação para federação, ou no caso de jogos olímpicos ou continentais (Pan-americanos, Asiáticos, Europeus...) através de formulários que são elaborados especificamente para o evento.

3-      Apresentação do desportista na sala de controle: após a notificação o atleta selecionado deve se apresentar à estação de controle dentro de 1 hora, a contada a partir da notificação, e que via de regra é registrada na notificação que o atleta recebe. Nos casos em que o atleta deva cumprir o cerimonial de entrega de medalhas, poderá ser estendido esse prazo desde que o atleta ou seu representante legal comunique o fato ao chefe da estação.

4-      Condições da sala de controle: uma estação de controle normalmente é constituída de três espaços separados (sala de espera, sala de controle e banheiro). A sala de espera deve ser ampla o suficiente para abrigar confortavelmente todas as pessoas que a ela tenham acesso a sala de controle, inclusive sala de espera, o atleta, seu acompanhante, tradutor (se necessário), o representante da federação internacional e um representante do COI no caso dos Jogos Olímpicos.

5-      Coleta das amostras: é todo procedimento efetuado na estação de controle, consta a coleta de amostra de urina do atleta e preenchimento do formulário, bem como analise bioquímica de amostra (PH e densidade). A densidade deve ser superior a 1.005 e o PH deve encontrar-se entre 5.0 e 7,5. Caso contrario o atleta deve providenciar nova amostra em seguida.

6-      Envio, transporte e recepção das amostras no laboratório: em eventos como Jogos Olímpicos, Continentais e Campeonatos Mundiais, normalmente são constituídas equipes especialmente para executar essa tarefa. Nos controles fora de competição, muitas vezes o oficial responsável pelo controle é também encarregado pelo envio das amostras para o laboratório.

7-      Análise das amostras: as amostras devem ser analisadas somente por laboratórios credenciados pelo COI. Os procedimentos são diversos e dependem das substancias que estão sendo detectadas e dos equipamentos que o laboratório dispõe. Pode-se registrar os seguintes passo para a análise de laboratório.
- a preparação da amostra
- análise de Screening
- Confirmação

8-      Comunicação de resultados: os resultados positivos dos testes “fora de competição” são comunicados pela Federação competente ao atleta de forma a permitir sua ampla possibilidade de defesa. Somente após a confirmação do Positivo pela Federação internacional é que o caso pode ser divulgado pela imprensa.

9-      Contra análise: a amostra é distribuída em dois recipientes que se constituem as amostras “A” e amostra “B”. Amostra “A” deve conter pelo menos 50 ml de urina e a amostra “B” pelo menos 25ml. Nos casos de positivo a amostra “B” deve poder demonstrar claramente as substâncias que foram encontradas na “A” e que constituem a contravenção.

10-  Sanções: são determinadas pelas Federações Internacionais e pelo COI de acordo com a modalidade, tipo de substância encontrada, e outros fatores que incluem a reincidência na infração.



Conclusão


A busca de incremento na performance pode incluir todos os recursos técnicos disponíveis ao alcance dos atletas, técnicos, médicos e dirigentes. O termo ergogenia tem sido utilizado na tentativa de identificar esta soma de esforços com o objetivo de melhoria no rendimento esportivo. Planejamento adequado, treinamento intensivo baseado em metodologia cientificamente comprovada, equipes técnicas multidisciplinares e o uso de suplementos alimentares e avaliações sistemáticas do rendimento; são os meios através dos quais os atletas podem atingir o seu melhor rendimento.

O uso de substancias proibidas pelos órgãos competentes pode ser muito prejudicial à saúde dos atletas que mancham o bom nome do esporte ao qual esse atleta está vinculado. Existem alternativas para a melhora da performance que devem ser selecionadas pelos atletas ou por sua equipe de apoio, dependendo da modalidade e dos objetivos do atleta.
Com isso, Atletas, Técnicos, Dirigente esportivos e Médicos de equipe são as pessoas com a responsabilidade e os meios de evitar o doping no esporte;

O modelo atual de esporte contribui para a busca incessante de resultados, desconsiderando os conceitos éticos e de saúde.

Alguns esportes já efetuam um trabalho preventivo e fornecem aos atletas informações importantes para evitar o doping, enquanto outros ainda estão atrasados quanto a este aspecto importante do alto rendimento.